sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

“O Sete virá muito competitivo para o Estadual, pronto para brigar pelo título”, destaca técnico

A entrevista desta semana do Dourados News é com o técnico do Clube Desportivo Sete de Setembro, Paulo César Schardong, que assumiu o time em dezembro passado. Ele começou os treinos no início deste mês e com elenco ainda em formação, considera o tempo que terá de preparação suficiente para o jogo de estreia do Campeonato Sul-mato-grossense, marcado para o dia 31 de janeiro, contra o Ubiratan.
 
Schardong terá um grande desafio a frente do Sete que nunca chegou entre os primeiros na Série A - foi campeão da Série B em 2005. Diante disso, o técnico afirma que trabalhará para formar uma equipe competitiva deixando de ser “coadjuvante” e passando a ser “protagonista”.
 
O profissional é natural de Três Passos- RS e morou até boa parte de sua juventude em Campo Grande. No Estado ele iniciou no futebol e jogou pelos times do Operário, CAD (Clube Atlético Douradense) e Taveirópolis. Depois, como técnico já trabalhou frente a times como o Paulistano de São Roque (SP), União (SP), Mogi (SP) e União Suzano (SP). Uma de suas grandes conquistas foi junto ao time do Campinense, clube da Paraíba, sendo campeão da Copa do Nordeste.
 
Schardong elogiou a estrutura que lhe foi dada para realizar o trabalho frente ao Sete, a qual comenta que muitos times da série B e até da série A nacional não possui. Pela primeira vez a frente de um time no Estado, ele enfatiza o crescimento do esporte na região e acredita que com os investimentos em novos jogadores no clube douradense, os outros times se esforçarão para não ficarem para trás, o que deve tornar o Campeonato emocionante e revela ter recebido o contato do Ubiratan, antes de acertar com o atual clube.
 
Confira a entrevista na íntegra:
Dourados News-Como foi o convite para integrar o Sete?
Paulo César Schardong- Na realidade temos esse negócio acertado desde o começo de dezembro passado. Fizemos uma reunião junto com o presidente Alex [Lima], e com o Coca [Antônio Coca] da Funed (Fundação de Esportes de Dourados) e nos colocamos à disposição. A partir daí acabou andando. A primeira coisa que um treinador procura, no meu caso pelo menos, é uma palavra chamada projeto e com gente de bem. O Alex é um cara de bem, o Coca é um cara de bem e eu acho que é uma missão e tanto pois, Dourados hoje sedia jogos de outras equipes que disputam aqui a série D do Brasileiro, Copa Verde, Copa do Brasil, e não está sediando jogos de equipes locais, então acho que para mim é um grande desafio. A cidade de Dourados pela população, pelo anseio e pelo que gosta de futebol, e também tem o melhor estádio do Mato Grosso do Sul, merece ter uma boa equipe. Foi apresentado um projeto para mim a médio e longo prazo, a primeira parte desse projeto são quatro meses, onde temos que brigar pelo título mesmo. Nós começamos a trabalhar em dezembro, estamos agora acabando de organizar as coisas, o grupo está chegando aqui, temos jogadores ainda em viagem, no mais tardar até o final desta semana, todos vão estar aqui. Enfim, estamos bem adiantado, o pessoal reclama de prazo para trabalhar, mas, esse prazo foi dado para todo mundo, não tem do que reclamar não, tem que trabalhar.
 
D.N-Como será a preparação para o Estadual?
 
P.C.S- Estamos treinando desde segunda-feira (05) nos dois períodos, parte física, parte técnica e técnico tático também com bola desde o primeiro dia, pois isso tem que ter desde o primeiro dia. Não só treino da parte física. No domingo tivemos treinos nos dois períodos e essa semana seguirá assim.
 
D.N-Quantos jogadores terão no elenco?
 
P.C.S - O elenco ideal para se trabalhar é com 25 a 30 atletas, contando com os 'da casa'. Nós deixamos essa faixa que acho o ideal. Hoje nós contamos com 18 atletas contratados e até o final desta semana se apresentam mais cinco para iniciarem os trabalhos e estarem preparados para o jogo de estreia no dia 31.
 
D.N -Esses atletas que virão já estão totalmente acertados?
 
P.C.S - Na realidade temos contratações já fechadas e algumas que só estão esperando formalização, mas não vou divulgar nomes. Isso fica mais a cargo do José Neto que é o gerente de futebol e do presidente Alex. Mas, já está tudo mapeado desde dezembro, a gente sabe o que está fazendo só estamos selecionando jogadores corretos pra essa primeira parte da montagem do elenco.
 
D.N-No ano passado o Sete claramente disputou o Estadual para permanecer na 1ª divisão. Como é o planejamento para agora?
 
P.C.S - Olha, na realidade o Sete de Setembro vai fazer dez anos, e é um pedido do Alex, como eu disse, nós não saímos de casa para brincar. Eu mesmo sou um que deixei família para trás, esses atletas também que estão chegando tem história. Tem jogadores aí que estão acostumados a brigar por título, então o Sete este ano eu costumo falar que ele não vem para ser ‘coadjuvante’, ele vem para ser ‘protagonista’. Temos que acreditar, é um projeto que temos e teremos vários jogadores de vários locais do Brasil e a equipe vai ser muito forte, com certeza esse ano o Clube vai brigar pra estar em cima, na final do Campeonato.
 
D.N- Em relação à estrutura que lhe foi dada para treinar, como avalia?
 
P.C.S- Na realidade o Sete de Setembro tem um CT (Centro de Treinamento) aqui que tem clubes da série B e até da série A do brasileiro que não tem. A única coisa é que tem alguns detalhes e ajustes que precisam ser feitos e estamos correndo para deixar em ordem isso. Mas, hoje para nós fazermos um trabalho aqui não falta nada, está muito boa a estrutura não tem nada do que falar, nada do que reclamar. Temos tudo na mão, estamos tendo apoio desde o começo do trabalho e a gente está aí batalhando também entre outras coisas na iniciativa privada por patrocínio também, para assim melhorar, pois com isso podemos trazer jogadores até de nível “top” aí de mercado, para poder buscar esse título inédito para o Estado e que a cidade de Dourados tem sede, já que são quase 16 anos da última conquista. [último título foi em 1999 com o Ubiratan]
D.N-Como veio parar em Dourados e quanto tempo pretende ficar?
P.C.S- Na realidade, hoje eu poderia estar em três lugares diferentes dentro das propostas que recebi. Eu não vou muito atrás de propostas do tipo serão dois, três meses, salário “x”, eu vou atrás de uma palavra chamada projeto. Tendo projeto e organização aí eu posso trabalhar. Eu estive em um trabalho agora de dois anos no Campinense, fizemos história lá na cidade (Campina Grande) , hoje o clube detém a maior conquista lá do futebol da Paraíba, só que é aquele negócio, a gente vem para um desafio que eu conheço que é o futebol Sul-mato-grossense , que eu posso fazer, que eu acompanho. Temos o Chiquinho que está no Águia Negra, o Cláudio Roberto no Corumbaense, o Paulo Resende no Naviraí, o Douglas do Ivinhema. Respeitamos demais as equipes e os treinadores. Acho que quem ganha com isso, da gente estar participando e fazendo um time de Sete forte é o campeonato Sul-mato-grossense. Eu vim na realidade para cá porque acreditei no projeto, que me foi apresentado não com uma equipe determinada. Depois o Alex se interessou e a gente conversou e nos acertamos e aqui estamos com a “mão na massa” e fazendo de tudo para dar certo.
 
D.N- É a primeira vez que vai treinar uma equipe de MS?
 
P.C.S- Sim, primeira vez e se Deus quiser vamos montar uma equipe para brigar pelo título.
 
D.N-Como você avalia o futebol de MS?
 
P.C.S- É um campeonato muito organizado, vejo muita gente falando isso ou aquilo, mas não adianta. Futebol tem muita vaidade, mas hoje se chegar conversar com o presidente, dar boas ideias, boas iniciativas, o futebol cresce. Na época que eu joguei futebol aqui pelo Operário no Morenão, cerca de 30 mil pessoas acompanhavam, na época o esporte era muito forte. Hoje, na realidade o futebol Sul-mato-grossense vem crescendo cada vez mais. Acho que essa sacada de trazer jogadores de fora dá uma “mexida” no Estado pois os profissionais que estão aqui vão tentar se preparar melhor também, o que é importante. Nós estamos aqui na realidade para somar, sempre abertos a conversas para sempre estar melhorando.
 
D.N- O que precisa para melhorar?
 
P.C.S- A parte de organização está boa. Tem alguns errinhos que vejo por exemplo para dar uma crítica construtiva, já que já passei por isso e na minha opinião tem que mudar, uma equipe joga o campeonato estadual agora e se conquista, só pode jogar o brasileiro da série D em 2016. Nos outros Estados você joga e é campeão e um mês e meio depois começa outra competição. Então, você aproveita aquele grupo, aproveita aquele trabalho, reforça e aí vai poder brigar por outros títulos. Acho que isso é um erro que tem que ser corrigido e os presidentes dos clubes tem que se reunir e discutir com o presidente da federação no meu modo de ver.
 
D.N- Quais você aponta como os adversários mais difíceis nesta primeira fase?
 
P.C.S- O mais difícil para mim na realidade, eu não posso falar porque até agora eu não tenho certeza né, mas eu falo que todos são difíceis, é uma chave muito equilibrada, não tem favorito pode ser que aquele que menos imaginarmos fique em primeiro e o que seria o campeão da chave cair, mas, nós vamos brigar pelas primeiras colocações, sempre com pensamento em buscar o título.
 
D.N- O Ubiratan confirmou a participação no Estadual, acredita que será um adversário de alto nível?
 
P.C.S - Sim, claro. Se tratando de clássico é adversário forte, acho que quem ganha com isso daí é o futebol de Dourados.
 
D.N- É verdade que houve um contato do Ubiratan para contar com seus trabalhos este ano?
 
P.C.S- Sim, é verdade. Me apresentaram o projeto mas houve uma inviabilidade em termos de pensamento. E isso é assim mesmo, hoje em dia com a internet você pesquisa e encontra sobre as pessoas em qualquer lugar, eu sou um cara que por onde passei já tive títulos importantes, já fiz bons trabalhos. As pessoas que estamos trazendo para trabalhar com a gente na equipe são profissionais vencedores, o grupo nosso é muito forte, estamos do lado do Sete de Setembro e estamos feliz da vida, trabalhando com alegria, prontos para brigar para o título.
 
D.N- Você acredita que o tempo de preparação dos jogadores para a competição será suficiente, visto que seu trabalho a frente do clube foi iniciado a menos de um mês da competição?
P.C.S- Na real, o tempo necessário são 45 dias. Só que nenhuma equipe começou com este tempo, todo mundo está começando junto então não temos do que reclamar, está todo mundo junto. Acredito que lá pela terceira ou quarta rodada vai estar todo mundo melhor fisicamente, taticamente e tecnicamente e nós vamos ter grandes jogos nesse campeonato.
D.N- Para encerrar, como você avalia o seu elenco para esta competição?
P.C.S - Competitivo, muito competitivo. O elenco está sendo formado por jogadores que já vinham sendo mapeados desde dezembro, o leque que temos de jogadores por todo o Brasil é muito grande e nosso time está sendo formado por jogadores jovens porém todos eles experientes e com histórico de títulos. Acredito que estamos no caminho certo em busca da primeira colocação.

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